domingo, 2 de novembro de 2008

O Mundo da Música

A música sempre foi uma forma de expressão da sociedade, ela já demonstrou os sentimentos mais profundos do homem, como: o amor, a raiva, e o desejo de mudança. Hoje com a industrialização da música, por vezes, as intenções das bandas se tornam secundárias perante a ação das gravadoras, como afirma o rapper Filipe Mixirica. “Para mim gravadora não precisaria existir cada um lança o seu som e já era. Pois com essa história de direitos autorais, o som não é mais teu e sim da gravadora. Eles podem fazer a tua música ser ouvida por um milhão de pessoas, mas tu não ganha realmente por isso, e nem as pessoas que estão ouvindo,”


A História da Música


Meninas da banda Acústico Hashi
A música dos anos sessenta e setenta, representavam uma nova visão da juventude. A população cansada de guerras queria simplesmente ser livre e respeitada. Era a geração "paz e amor" que mostrava a sua cara. Canções como “Revolution” e “Imagine” dos Beatles, representavam a esperança do povo em dias melhores. “Você diz que quer uma evolução. Bem você sabe todos nós queremos mudar o mundo. Mas quando você fala em destruição você já sabe que não pode contar comigo.” ( Trecho de Revolution “Os Beatlhes"). No Brasil a Jovem Guarda se destacou, principalmente na figura de Roberto Carlos, “Além do Horizonte” é o espelho da sociedade que desejava fugir da realidade da época. “Além do horizonte existe um lugar, bonito e tranqüilo para a gente se amar” (Trecho da música, Além do Horizonte, Roberto Carlos). Chico Buarque de Holanda, também embalou os brasileiros com canções como “A Banda” e “Construção” as quais questionavam a sociedade de uma maneira camuflada e divertida para driblar a censura imposta pelo governo ditatorial.
Legião Urbana, Capital Inicial, Titãs, Paralamas do Sucesso, Rita Lee Cássia Heller, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii entre outros representaram o rock brasileiro dos anos oitenta e noventa. Os “filhos da revolução” agora desejam verbalizar todas as críticas sociais sufocadas pelo período ditatorial. Canções como “Que País é Esse?” (Legião Urbana), Fátima (Capital Inicial), “Favela da Maré” (Paralamas do Sucesso), ou “A Burguesia Fede” (Barão Vermelho), retratam uma sociedade revolucionária sedenta por mudanças. “Nos anos oitenta o rock evolui muito, surgiram o punk e outras performances para expressar o descontentamento dos jovens inclusive com a tecnologia." Afirma ex-integrante da banda Engenheiros do Hawaii Augusto.


Augusto licks, músico
O rock atualmente não é tão questionador como o mostrado nas décadas anteriores, mas ele também desempenha um papel importante na sociedade, como ressalta a vocalista da Banda Acústico Hashi Thábata Brando,“O povo brasileiro hoje, prefere fazer músicas do bem ao invés de impor alguma coisa. O jeito que talvez mude é expressar na tua letra a situação atual e expressar nas tuas atitudes. Mas fazer por ti, não tentar mudar a atitude do outro.”




RAP: UMA NOVA FORMA DE REVOLUÇÃO


Filipe Mexirica, rapper
Em um mundo cercado pelo individualismo e as desigualdades sociais surge o rap, um estilo de música que apesar de envolver os quatro elementos, break, skate, basquete e grafite, pode ser feito sozinho. “Para fazer um rap tu não precisa de quase nada, é só ter um papel, uma caneta e uma idéia” diz o rapper Filipe Mixirica, e completa, “as letras do rap são principalmente críticas sociais porque é a realidade de quem faz, realidade de pobreza e miséria. Mas não é isso tem muito mais coisa.”
Marginalizado pela mídia e excluído pelo sistema, o rap mostra que é possível desenvolver um trabalho de qualidade sem o auxílio das gravadoras, como ressalta Mixirica. “Se tu não pagar jabá tu não consegue tocar no rádio. Por isso tem muita gente boa que não aparece na mídia Na música alternativa é diferente só toca quem sabe mesmo.”


Como burlar o Sistema


Desenvolver um trabalho de sucesso sem perder a personalidade é o desafio de muitas bandas. Para a vocalista da banda Reserva 1280, Michelle Rossatto é preciso estar no sistema para poder mudá-lo. “O único jeito de mostrar o teu trabalho é entrar para o mercado com uma música mais comercial e depois que estiver em cima ai sim é mais fácil conseguir as coisas, ir para outro lado.” Filipe Mixirica vê na internet uma forma para driblar a indústria musical. “Hoje em dia a música está muito difundida na internet e de graça e isso é bom. O problema vai ser achar uma música boa no meio de tanta música ruim. Mas mesmo assim tu tens a oportunidade de largar o teu som na rede.”


Música X Drogas

Marcos e Michelle, integrantes da banda
Reserva 1280
Além da dificuldade de divulgar o som para o público, outro obstáculo presente no mundo da música é a busca por inspiração e criatividade. Muitas vezes, essa procura estimula o uso de entorpecentes. A pressão e o dinheiro que envolve o meio artístico acaba abrindo as portas para um universo de prazer e perigo, como afirma Michelle Rossatto. “Rola muita droga, porque tu vai ter dinheiro, muitas portas abertas. O pessoal acaba usando, mas se a pessoa quer seguir em frente vai ter que segurar a onda.” E completa Marcos Buron integrante da mesma banda. “Não tem como manter um nível musical alto usando drogas. O que eles colocam na tv que o "rock star" é um cara drogado isso é mentira. Eles mostram isso para que as pessoas pensem, já que eu não posso ser o “cara”, pelo menos eu vou fazer as mesmas coisas que ele.”
Presente nas letras das músicas, as drogas também expressam a revolta social dos compositores, que questionam a proibição de substancias naturais como à maconha, em contrapartida com a liberação de alucinógenos, também nocivos a saúde como o álcool e o tabaco, assim ressalta Mixirica “A apologia é necessária para questionar as leis que estão ocorrendo. Porque é proibido tu fumar um baseado e não é permitido tu encher a tua cara de cerveja?”


A Música pela Música


Juliano, vocalista da banda Fugitivos do Bar
As bandas independente do estilo estão tentando quebrar conceitos e desenvolver um som autêntico e de qualidade. Exemplo disso são as meninas do Acústico Hashi. Elas expressam a sua musicalidade no nome misturando a batida pesada do rock, com toques orientais e acústicos. “Nós queríamos um som pesado tipo kit, mas eu não consigo gritar com a vocalista do kit, então fizemos um som estilo Pitty, a batera gosta do Metálica, e as meninas tem influência de outras bandas. Essa junção de tudo faz a gente.”
O acústico Hashi é formado só por meninas, e encontra sua maior dificuldade no preconceito de ser mulher, em um ambiente onde os homens ainda são maioria. “Participei de um festival com mais de quarenta bandas e eu era a única mulher. Eu passava e a gurizada ficava rindo e dizendo, mulher não sabe fazer rock roll, esse tipo de coisa dificulta bastante.” Diz Thábata
A banda procura passar uma mensagem pacífica em suas canções, e sonha que um dia suas idéias sejam divulgadas para o mundo.
Os músicos do Reserva 1280 querem resgatar a essência da música mostrando um som, que valorize a melodia sem esquecer da ideologia presente nas letras, como afirma Marcos Buron. “As pessoas esqueceram o que é a música, a música em si, sem modismos, nós queremos resgatar isso .” E completa. “Nossa principal mensagem é para que os homens deixem de se importar tanto com as coisas. E para que as pessoas não se percam em meio há tanta loucura. E sou de Ijui e vim para Porto Alegre com uma idéia e ela sumiu. Nós queremos mostrar essa realidade.”Diz Marcos Buron. Quem dizer saber mais sobre a banda pode acessar o myspace.com/reserva1280.
Inspirados pelas músicas produzidas nos anos oitenta, os meninos do Fugitivos do Bar, procuram executar um trabalho diferente,“Hoje em dia as bandas fazem tudo igual. Nós temos uma linguagem mais anos oitenta, usamos uma guitarra limpa ou só um violão.” afirma o vocalista da banda Juliano Cardoso. A Conduta dos Fugitivos do bar reaviva o espírito revolucionário de gerações anteriores. Como explica Juliano: “Eu tenho um pensamento de que se pode fazer um mundo melhor com uma banda de rock e agente leva esse sonho até onde der.”

domingo, 28 de setembro de 2008

Trabalhadores da Justiça Exigem Reajuste Salarial


Em meio ao tumulto padronizado, que se encontra o Centro de Porto Alegre às18h horas, momento em que a maioria da população, sai do trabalho. Algumas vozes se destacaram na multidão, eram os Servidores do Judiciário que organizaram uma passeata nesta sexta feira (26/9), com o objetivo de reivindicar alguns direitos que segundo eles estão sendo suprimidos da categoria.
Há quatro anos, os trabalhadores da justiça não recebem reajuste salarial o que indigna o presidente do (Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Rio Grande do Sul) SindjusRS, Valter Assis Macedo. “Nossas perdas são mais de 66%, não há reposição salarial a quatro anos, queremos apenas que os nossos direitos sejam respeitados.” Os Servidores exigem também a contratação de profissionais qualificados para os cargos que hoje são ocupados por estagiários.
Segundo o (Tribunal de Justiça) TJ, a situação dos Judiciários vai ser revista após as eleições, pois o estado está passando por um momento político muito perturbado. Essa justificativa não satisfez os Judiciários, tendo em vista que outros impasses foram resolvidos nesse período, como aumento de salário da governadora Yeda Crusius. A representante maior do estado recebeu um reajuste de cerca de dez mil reais em agosto deste ano. Os trabalhadores da justiça irão responder a essa situação realizando paralisações semanais. “Nós vamos parar e vir para as ruas todas as quarta-feiras do mês de outubro, até que o TJ reveja a sua posição.” Diz o presidente do SindjusRS

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Identidade do Tráfico

Como tudo começou

O uso de drogas é uma fuga constante da sociedade. Com intuitos diferentes, todas as camadas sociais estão cada vez mais aderindo aos entorpecentes. Na guerra do Vietnam, a heroína se popularizou entre os soldados. A geração ‘paz e amor’, por sua vez, passou a ir contra todas as normas sociais que apoiavam o conflito. O cabelo comprido tomou o lugar do corte baixo usado pelos guerrilheiros. O brim prevaleceu sobre o terno. E o álcool foi substituído pela maconha e outros alucinógenos. O sociólogo Francês Morais, entende esse fenômeno como uma resposta ao movimento de criminalização das drogas ocorrente nos EUA, pouco antes da guerra do Vietnã.
A juventude brasileira também viu na droga, principalmente no movimento de Contracultura, uma f orma de se rebelar aos abusos cometidos pela ditadura. A geração anos 60, estava cansada de repressão, de consumismo, de ‘ordem e progresso’. Era preciso encontrar um mundo novo, com liberdade individual e sexual. A vontade de fazer as coisas de modo diferente era manifestada através da música, das roupas, do vocabulário, e no uso freqüente de substâncias ilícitas que proporcionavam mesmo que por instantes, uma nova realidade. “Eu senti na pele os abusos na ditadura. A maconha era usada como uma forma de libertação. Hoje, é diferente as drogas viraram uma arma do capitalismo”. Diz o vendedor, Pedro Fonseca.

Corrupção + exclusão social = violência

O tráfico de drogas na capital gaúcha vem crescendo nos últimos anos. A violência em Porto Alegre ainda não é proporcional a de outras grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, em que as pessoas perderam a confiança na polícia, tendo na figura do traficante um herói. E, onde facções criminosas como o Comando Vermelho levam vantagem sobre as autoridades policiais. Entretanto, Porto Alegre está longe de ser um modelo de segurança pública. Apesar, de não possuir contato direto com o crime organizado de outros estados, os infratores gaúchos também praticam ações como: a corrupção de policiais, o uso de menores para auxiliar no comércio ilegal, e também tem controle de crimes dentro dos presídios. O sociólogo justifica esse quadro pela falta de seriedade dos líderes políticos, ao se tratar de segurança pública. “Temendo uma perda de mandato, os governantes não pensam na descriminalização dos entorpecentes. Somente esquecendo as questões morais poderíamos diminuir o crescimento da violência”. Afirma Morais
Atualmente, os entorpecentes tomaram uma proporção tamanha que o tráfico constitui a terceira mercadoria global. O desemprego e a falta de condições sociais são alguns fatores que levam os homens a aderirem a esse estilo de vida. Como afirma o traficante, A.S: "ao ver meus dois filhos passando fome, por falta de um emprego para o pai pratiquei meu primeiro delito. Mudei da água para o vinho, virei assaltante, depois traficante".
Segundo o delegado do Departamento de investigações sobre Narcotráfico (Denarc), Luís Fernando de Oliveira, o tráfico é uma das mercadorias mais lucrativas do mercado. A falta de oportunidade, somada a ausência de estrutura familiar são fatores que levam os jovens a praticarem o comércio ilegal. Para ele, a única forma de acabar com a violência é repensando a questão social.

Um crime diferente

O narcotráfico é um crime distinto dos de mais. Não há uma classe definida para quem está envolvido com o comércio ilegal. No meio rural a maconha ganha espaço, em zonas menos favorecidas a cocaína e o craque são mais presentes. E, entre a classe média e alta, prevalece o uso de êxtase e LSD, ressalta o delegado do Departamento de Investigações sobre o Narcotráfico (Denarc). Ele revela também, que as investigações aos comerciantes de substâncias ilícitas são as mais trabalhosas, por não existirem testemunhas que acusem o crime. "Quando estamos investigando um assalto, ou um assassinato, há uma vítima, alguém foi prejudicado. Mas ao trabalharmos com o tráfico é diferente, pois os usuários nunca vão denunciar quem lhes fornece a mercadoria. Precisamos ser muito criativos, usar vigilância e grampeação telefônica", explica ele.
Para A.S, o traficante não é um ladrão, ou um assassino, ele só vende o que as pessoas querem comprar. A culpa pela violência geralmente é posta nos comerciantes ilegais, porém os consumidores também são responsáveis por grande parte dos delitos. “É fácil por a culpa nos traficantes, mas a gente não obriga ninguém a usar nada. Um viciado rouba a família, rouba desconhecidos, e se tiver que matar ele mata para sustentar o vício”. Diz A.S

A vida na Boca de Fumo

As Bocas de Fumo (local onde a droga é armazenada) funcionam como uma empresa, todos os envolvidos com o tráfico possuem uma função especifica. Os cargos se estendem do endolador (quem enrola a droga) ao patrão (chefe da boca). O dinheiro adquirido é dividido de maneira proporcional à função exercida por cada um. “O patrão fica com a maior parte do dinheiro, porque precisa pagar os empregados, comprar armas, repor a mercadoria, e ajudar a comunidade no que for preciso”, explica o aviãzinho S.G.
Os entorpecentes percorrem um extenso caminho até chegar aos usuários. Nada nunca é vendido puro, a droga é pesada, refinada e entregue aos consumidores. A facilidade com que os alucinógenos são repassados para a população, somada com a desonestidade de alguns policiais são agravantes do comércio ilegal. "Quem não quer vir até o morro, como a maioria dos ‘play boys’, pode recorrer a nós ‘entregadores’ que levamos a mercadoria-(droga), até o consumidor", afirma o aviãozinho. "Sempre tem os policiais que tu consegue comprar, além disso, alguém avisa quando a polícia está chegando. Um traficante nunca é pego desprevenido”, completa ele.
Além da polícia, os comerciantes de substâncias ilícitas enfrentam confrontos internos diariamente. Quando ocorre uma disputa por ‘boca de fumo’ o tiroteio é inevitável. Entretanto, essa não é uma prática comum, pois há respeito entre os infratores e somente casas que já estão falidas são tomadas. "Um traficante só entra em confronto por ‘boca de fumo’ quando sabe que vai ganhar” diz S.G.

Numa cidade muito longe

Na ditadura militar os revolucionários que se opunham ao regime
Vigente, foram encarcerados ao lado de criminosos comuns. O contato com os idealistas fez com que todos os presos tivessem consciência dos seus direitos, e de como a união e a organização poderiam lhes favorecer. Em meio a esse ambiente, surgiu no presídio da Ilha Grande, situado no Rio de Janeiro, a facção criminosa Comando Vermelho. O movimento tinha como principal objetivo denunciar os abusos cometidos pelas autoridades carcerárias. Os ideais de paz, justiça e liberdade pregados pelos integrantes do Comando são cultivados também pelos contraventores do Sul, porém com outro significado. Como afirma S.G: “O tráfico gaúcho possui esses fatores. Mas é a paz e a justiça da favela. Com os traficantes vendendo drogas, ganhando o dinheiro deles, sem polícia entrando no morro, sem x9 (delator) entregando os caras".
Semelhante ao que ocorre nos presídios cariocas os delinqüentes gaúchos também possuem um controle do crime mesmo estando atrás das grades. Segundo A.S, os prisioneiros que possuem um bom poder aquisitivo permanecem trabalhando com o comércio ilegal através de informantes. O contraventor justifica essa atitude por razões sociais: "a justiça prende, mas o governo não sustenta a família do preso, muito menos dá assistência ao mesmo, É preciso sobreviver de alguma forma".
Apesar, das facções criminosas possuírem armamento semelhante ao da polícia e comportarem um grande número de adeptos, uma revolução marginal hoje seria sufocada com facilidade, como afirma o delegado. “Há vinte anos atrás, talvez o crime organizado tivesse sucesso. Atualmente não, pois falta liderança e conscientização entre os contraventores”.

O crime não compensa

Apesar de o comércio indecoroso proporcionar um poder aquisitivo maior ele é repudiado pelos próprios infratores, como afirma o traficante, "o Brasil é um país rico, porém mal administrado, onde quem rouba milhões dos cofres públicos é absolvido e quem rouba um pacote de biscoitos vai para a cadeia. Apesar disso, o crime não compensa e em circunstância alguma vai compensar o tempo que ficamos longe dos nossos filhos e familiares. O primeiro delito é como uma tatuagem fica marcado para sempre".

Alguns entrevistado preferiram não se identificar, por isso o nome e o sobrenome dos mesmos foram substituídos por iniciais

sábado, 30 de agosto de 2008

Cai a máscara do Último Salvador da Pátria

A candidata à prefeitura de Porto Alegre Luciana Genro, desmascarou definitivamente a esquerda brasileira, ao aceitar 100 mil reais da multinacional Gerdau. Luciana que sempre afirmou ser uma “política diferente” comprometida com o povo e com a verdade nos provou no dia 14 de agosto, que os seus ideais são relativos, e que o seu povo nem sempre é formados por trabalhadores.
A diferença do PSOL para os de mais partidos, sempre foi à forma com a qual arrecadava fundos para suas atividades. Todos os gastos eleitorais eram até semana passada, supridos pelos próprios integrantes da instituição, ou seja, O PSOL NÃO ACEITAVA QUALQUER VERBA DE GRANDES EMPRESAS. Essa prática se baseava na certeza de que qualquer gasto de empresários em campanhas eleitorais resultam automaticamente em um futuro aumento de impostos. As grandes Estatais precisam ter um retorno sobre o investimento em seus candidatos, e esse retorno é garantido pelo partido em questão, que se vê obrigado a ir contra a sua própria ideologia, para saudar a dívida com os capitalistas. É a nossa tão conhecida “troca de favores”, a república velha está de volta, mas com um novo rosto. Hoje, não são coronéis plantadores de café, com os capangas em volta, e a arma na cintura, que iludem o povo. E sim uma mulher, provida de um discurso revolucionário, alguns jovens perdidos e um sorriso bonito.
Partido, socialismo e Liberdade: precisamos lutar por isso nas eleições, nos dizem os supostos esquerdistas. Mas que socialismo queremos defender? Por qual liberdade estamos lutando? Infelizmente o combate do PSOL não é o mesmo da classe trabalhadora. O socialista que aceita fazer acordos com capitalistas, quando essa ação resultará em mais uma dívida para o povo, não é um socialista de verdade. Uma liberdade, que nos obrigada a ir contra os nossos valores, não é uma liberdade real. Acredito que a postura assumida por Luciana Genro tenha o seu lado positivo, pois despertará o povo. E os brasileiros nesse momento entenderão que não existem salvadores da Pátria. O verdadeiro herói é o homem que acorda às seis da manhã, trabalha em dois empregos, para poder dar um futuro melhor para os filhos. É a dona de casa que se abstém da vida profissional para cuidar da família. Ou a mulher que encara um dia todo de trabalho, e ainda encontra espaço para ajudar as crianças nos deveres escolares à noite. Nós somos heróis, e somente nós poderemos tirar a venda que o capitalismo implantou nos olhos do mundo.

sábado, 23 de agosto de 2008

Eleições entram em cena!







Em ano de eleições todos os políticos se transformam em bons moços, cidadãos honestos e trabalhadores que assim como os eleitores acreditam em uma sociedade mais justa. Os poderosos candidatos, antes observados apenas por fleches atrás da janela de seus carros importados, agora se comportam como homens do povo, e podem ser vistos em quase todos os lugares. No rádio, na TV, nos jornais, em panfletos, na escola do seu filho, na saída do trabalho, no seu trajeto para casa, e até mesmo no churrasco de final de semana, em fim a cidade transpira propagandas eleitorais. O homem da TV lhe diz para votar certo, ser consciente. Ele afirma que o futuro da cidade está em suas mãos. O que o repórter omiti, no entanto, é que o voto não possui força alguma perante o império burguês que predomina na política. Independente do candidato escolhido ele jamais terá força de impor aos de mais as suas idéias. O homem mais honesto do mundo, uma vez eleito se veria obrigado a navegar pelas águas da corrupção ou da omissão. Pois os poderosos do planalto, não permitem que qualquer lei a qual, tenha por objetivo beneficiar o povo, triunfe perante a elite burguesa.
Cientes do quadro em que se encontra a política atual, os candidatos seguem prometendo mudanças radicais, mesmo tendo consciência que elas são impossíveis. Nossos representantes de esquerda iludem a população ao invés de assumir o seu papel de conscientizar, organizar e unificar os trabalhadores para a única saída possível, ou seja, a queda do sistema capitalista.
Algumas perguntas atormentam o povo como uma abelha, e não são por quatro anos, mas por quatro séculos. Porque a massa produtora não recebe um salário condizente a sua produção, enquanto a parasitária burguesia cada vez se beneficia mais com o dinheiro público? Porque os políticos aceitam dinheiro de grandes empresas para promover suas campanhas, sabendo que essa ação acarretará em aumento de impostos? Porque a mídia insiste em transferir para o povo a responsabilidade pelas atrocidades cometidas pelos seus governantes?



Entre tantos pontos de interrogação nos sobra uma certeza. Democracia política não significa nada, perante a falta de democracia econômica. Abram as cortinas, o farsa das eleições está em cartaz. Os atores já vestiram suas máscaras, e o povo está cumprindo o seu papel, sentado na arquibancada, com a estranha sensação de que já viu esse filme. Apesar de não estar mais gostando de brincar de teatrinho de marionetes, o público permanece assistindo calado ao controle da sua vida. Alguns acham que por cansaço, outros apostam no conformismo. Eu acredito que o aparente marasmo popular é ocasionando pela falta de uma esquerda de verdade, que faça a platéia proletária entrar no palco e mudar o curso da história.

sábado, 9 de agosto de 2008

Senhor da Guerra

O fantasma que manchou a Terra de sangue, por cerca de 40 anos pode estar voltando a assombrar a humanidade. EUA e URSS não cansados de proporcionar a morte de milhares de pessoas durante a Guerra Fria, confrontam-se indiretamente mais uma vez. As cobaias agora, são a Geórgia e a Ossétia do Sul, países que fazem fronteira com a Rússia (antiga URSS). Com a queda do Muro de Berlim, e a conseqüente dissociação da URSS, muitos problemas de nacionalidade foram gerados. O que forma um país, não são somente fronteiras, mas um povo, com uma cultura, uma religião, uma ideologia política e social. Ao separar a URSS o povo, por vezes não foi levado em consideração, o que acarretou em uma série de problemas, como o que ocorre com a Geórgia e a Ossétia do Sul. Até 1992 a Ossétia fazia parte da Geórgia, com a queda do muro de Berlim, a mesma decidiu se auto-proclamar independente. A Geórgia não concordou com a decisão da Ossétia, por considerar a região importante cultural e economicamente. A Ossétia é rota de transporte de petróleo e gás natural. O que se esconde por trás desse confronto que já proporcionou tanta destruição, são duas potências mundiais, que ganharam força após a Segunda Grande Guerra. Uma saiu vitoriosa, e consolidou no mundo um capitalismo voraz que rouba tudo de quase todos, inclusive o tempo e a vida. A outra se segmentou, teve seu sistema de governo estigmatizado como utópico e ditador. O mundo pós Guerra, não estava preparado para um confronto direto entre as duas nações. Hoje, porém, um enfrentamento seria viável o que certamente não é o ideal, contudo pouparia a humanidade de ver os EUA se aproveitando das rixas de pequenos países para vender suas armas, como está acontecendo na fronteira russa.
Os americanos apóiam a Geórgia, por suas tropas estarem executando treinamento militar no território georgiano. A Rússia por sua vez, defende os separatistas, porque se usa da região para abrigar refugiados. No entanto, esses não são os únicos motivos pelos quais as potências estão envolvidas na disputa. A maior fonte de renda americana é a indústria bélica, por isso os “senhores da guerra” sempre vão precisar de um confronto, ou seja, dos sonhos de jovens idealistas que lutem por causas que não são deles. Dinheiro, sujo de sangue ou não, infelizmente ainda tem o mesmo valor. Quantos mais terão que morrer para que os EUA permaneçam no topo do mundo?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Nada pode ser Maior!

O Grêmio de forma heróica é por mais uma rodada o líder isolado do Brasileirão. O time de Celso Roth tão desacreditado no início do campeonato, hoje tem a possibilidade de terminar o primeiro turno na ponta de cima da tabela. Por ironia do destino, para alcançar a glória absoluta o tricolor vai depender do seu maior rival, o Internacional.
No início de 2008, a equipe do Grêmio era candidata ao rebaixamento. Havíamos perdido a final da Libertadores da América para o Boca Junior, com uma goleada desestimulante dentro do Olímpico. Tivemos uma participação apática no gauchão, e iniciamos o campeonato Brasileiro sem uma grande contratação. Porém, para a surpresa de quase todos, o Grêmio como fênix renasceu das cinzas vem superando as adversidades e hoje é o melhor time do Brasil.
Um clube sem nomes, sem grandes craques, contudo guerreiro e peleador. E se não tínhamos um “time de estrelas” dentro de campo, possuíamos uma verdadeira constelação fora dele, formada pelos gritos estimulantes dos torcedores, pelas palavras sábias do treinador, pelo suor no rosto de cada atleta que sempre procurou se doar por completo, e fazer o melhor. E quando “o melhor” não for suficiente? Nessa hora, entra em campo a alma castelhana que faz atletas se transformarem em verdadeiros guerreiros. O Olímpico virar um campo de batalhas. E a camisa tricolor, ser mais que um escudo, mas um manto sagrado que inspira e fascina os torcedores apaixonados, nessa hora, todos os gremistas de forma mágica se transformam em um, e as batidas desse coração gigante definem o ritmo da partida.
Grêmio áh meu Grêmio, nada pra ti foi fácil! Minhas palavras ganham veracidade se viajarmos no tempo, para a Libertadores de 1983, onde sofremos até o último instante, ou para a final da Copa do Brasil de 2001, em que saímos perdendo de 2x0 para o Corinthians no primeiro jogo e conseguimos buscar o embate e consolidar o título na segunda partida, ou ainda para a Batalha nos Aflitos, um jogo inacreditável. O Grêmio com sete homens em campo, com um pênalti contra si, com o juiz contra si, com a torcida do Náutico contra si, em fim com TUDO contra si, venceu a todos, voltando para a Primeira Divisão. O destino gosta de brincar conosco, hoje o inter nosso maior rival, poderá nos conceder a liderança definitiva no Primeiro turno do principal torneio do ano. Mas independente do que aconteça entre Inter e Cruzeiro e dos resultados que se virão, essa noite dormirei feliz, pois o Grêmio nos provou que existe algo depois do possível, e quando essa fronteira é quebrada, nada pode ser maior.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Que Deus nos Ajude!

A governadora Yeda Crusius conseguiu aprovar na Assembléia Legislativa, nessa terça feira (5/8/2008), a sua iniciativa de aumentar o próprio salário de R$: 7,1mil para R$:17,347.
Mais vergonhosa que a atitude da chefa maior do nosso Estado, foi à forma com a qual o aumento fora concebido. A posição, representada por deputados do PT e do PCdoB que deveriam ser os “anjos da guarda” dos eleitores simplesmente se abstiveram do direito de votar, deixando que a elite burguesa se sobressaísse perante o proletariado. Foram 35 votos favoráveis ao reajuste salarial, e apenas dois votos contrários, executados pelos deputados do PDT Paulo Azeredo e Gilmar Sossella.
Albert Einsten físico conhecido por ter descoberto entre outras coisas a teoria da relatividade que revolucionou o universo, nos disse uma vez . “O mundo é um lugar perigoso de se viver não por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que observam e deixam o mal acontecer.” Essa frase foi dita nos 40, em plena Segunda Guerra Mundial, porém ela se encaixa perfeitamente no contexto atual, e não estou falando somente dos representantes populares que de maneira covarde cruzaram os braços e deixaram a governadora “assaltar” o Rio Grande. Estou falando de toda a população brasileira que também está se calando perante as injustiças sociais do nosso país. É inaceitável que o salário mínimo seja de R$: 477,40, que os nossos educadores e policiais recebam pouco mais de R$:700, enquanto governadora aumenta em 143% sua renda mensal.
Não é por acaso que a frase de Einsten caia tão bem nos nossos dias, pois hoje estamos vivendo em uma guerra, tão violenta quanto à dos anos 40. Nossos soldados não usam farda, porém também vestem uniforme. Os verdadeiros vilões ainda são aqueles que não pegam em armas, todavia ficam atrás das mesas lucrando com o suor e sangue alheio. Quem serão os vencedores dessa Guerra Camuflada? Isso vai depender da atitude de cada um de nós. Que Deus Ajude!

sábado, 2 de agosto de 2008

Momento de decisão

A nova lei de trânsito que assola o país prevê uma severa punição aos motoristas que dirigem com qualquer quantidade de álcool no organismo. Os supostos infratores sofrerão multa de R$: 955, e serão impedidos de dirigir pelo período de um ano.
Mais uma vez os cidadãos de bem são prejudicados, em prol de uma minoria que não sabe respeitar o espaço do próximo. É verdade que o uso abusivo de álcool comprometa os sentidos do motorista o que aumenta as chances de acidente. Porém, a famosa Lei Seca desconsidera totalmente a relatividade, ou seja, ela esquece que as pessoas reagem de forma diferente em relação ao álcool. Algumas pessoas ficam bêbadas com duas latas de cerveja, outras precisam de doze latas para ter os seus sentidos alterados. O mundo de hoje, tão individualista esquece de levar em consideração o individualismo dos cidadãos. O atual sistema acopla a todos em uma imensa bola de neve, onde tudo é padronizado, e definitivo. E quem paga por tudo isso mais uma vez são os trabalhadores. Aqueles que por tantas noites se abstiveram de sair com os amigos, por que precisavam economizar para comprar um carro. Aqueles que sempre acreditaram pais, mesmo o Brasil não acreditando neles. É vocês sabem de quem eu to falando do povo brasileiro, quem realmente move esse país. Esse, depois de muito esforço pode ter o seu automóvel, e hoje é impedido de desfrutá-lo em sua totalidade.
O povo brasileiro em sua maioria não compra carro para ir ao trabalho, devido ao valor do combustível. Os cidadãos adquirem o veículo para sair aos finais de semana, para tomar um chope com os amigos, para levar a namorada, ou a esposa a um jantar. Em fim, nas poucas horas de laser que restam ao trabalhador, o objetivo principal é esquecer o trabalho, esquecer os problemas sair totalmente da rotina. O transporte público é escasso e perigoso altas horas da noite, por causa da onda de violência que assombra o país. Um táxi chega a ser risório com o salário apresentado pelo governo à sua população. A solução seria o automóvel, comprado com tanto suor, mas até o direito de dirigir foi cassado do povo. O que falta ainda eles nos tirarem? O respeito, a dignidade, a coragem. Não, isso ninguém vai tirar do nosso povo. Existe um certo receio por parte dos pesquisadores de que os motoristas busquem refúgio em outras drogas para substituir o álcool, eu acredito que não. Pois não é esse o perfil do povo brasileiro, nós não somos viciados que saem de carro por ai, procurando drogas e diversão. Nós somos trabalhadores, e a única coisa que queremos são momentos de paz, em meio a tanta violência, injustiça e desrespeito.
Como boa brasileira, sou sempre otimista frente aos obstáculos e acredito que a Lei Seca possa ter o seu lado positivo, espero que ela seja o princípio do fim da política de Pão e Circo implantada no país. A melhor forma de silenciar uma nação é lhes proporcionando uma aparente vitória. Controle o povo lhes ofereça um salário de miséria que garanta três refeições ao dia, a compra de um aparelho de TV, e passeios esporádico nos finais de semana. Mas e quando isso é quebrado? Nesse momento, podemos escolher, se continuamos nos submetendo a uma política de miséria, onde os chefes de Estado não confiam nos seus filhos e os igualam a criminosos. Ou se decidimos que queremos mais, que merecemos mais. Mas ninguém pode tomar essa decisão por nós. Somente os trabalhadores brasileiros podem se libertar da escravidão proporcionada pelo sistema vigente.

sábado, 28 de junho de 2008

Teatro de Marionetes

A classe dominante mais uma vez, se aproveita da ingenuidade e indignação de um povo cansado com tantas desigualdades sociais, e o coloca como fantoches em um verdadeiro teatro de marionetes, onde o diretor representante da burguesia comanda o espetáculo a seu bel prazer.
Cerca de 20 manifestantes, vestindo preto, com cartazes que mostravam sua revolta quanto à carga tributária e a situação do estado em geral, saíram nesta sexta-feira (27/6) do shopping Total em uma passeata que acabaria em frente à Assembléia Legislativa.
A situação nos remetia a um quadro onde jovens inspirados talvez nas “Diretas Já”, ou nos “Caras Pintadas”, resolveram ir para as ruas e lutar por um mundo melhor. Todavia, ao investigar o movimento mais afundo descobri que a iniciativa não passava de uma armação do vice-governador Paulo Feijó, para sabotar o governo de Yeda Crusius, como afirma o divulgador do mesmo, Bruno Missoni. “Trabalho para o vice-governador, meu patrão nos mandou aqui realizar essa passeata, foi tudo decidido em cima da hora.”
É lamentável que cenas como estas ainda se repitam no cotidiano brasileiro. Nós já vimos esse filme inúmeras vezes como por exemplo. Na Revolução Russa em 1917, no movimento da Balaiada em 1841 e aqui mesmo no estado com a Revolução Farroupilha, que apesar de não ser uma guerra do povo, foi comprada também pelos escravos. Os negros foram os verdadeiros heróis da Guerra dos Farrapos, eles ocuparam os campos de batalhas, deram o seu sangue por um sonho de liberdade, e viram da senzala o elitista Bento Gonçalves ser aclamado como herói.
É fundamental sim que a população vá para as ruas, e almeje mudar o mundo. Porém, é necessário saber pelo o que e por quem se está lutando. Feijó deixou claro sexta-feira, que como o historiador e escritor Maquiavel, acredita que. "Os fins justificam os meios". No entanto, o povo brasileiro como um todo não acredita que tal frase seja verdadeira. Prova disso é o fato de os trabalhadores permanecerem acordando antes do sol nascer, e voltando para casa depois que ele já se foi, para ganhar um salário que mal completa as necessidades básicas do ser humano, e mesmo vivendo esse quadro, em sua maioria é incapaz de ficar com qualquer objeto que não lhe pertença. O brasileiro é honesto, é guerreiro, é um povo criativo e inteligente, porém ingênuo e acomodado em demasia quando o assunto é política. Mas toda essa acomodação é compreensível. É difícil pensar em mudar o mundo, quando falta comida na mesa, é complicado ter tempo para sonhar, quando dormir se torna impossível.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Guerra no Rio de Janeiro

As forças do Exercito foram postas nas favelas cariocas, com o objetivo de proteger as obras do projeto, Cimento Social financiado pelo governo federal. A iniciativa visa restaurar telhados e fachadas de moradias localizadas na Providência, periferia do Rio de Janeiro.
Desde que o Exército passou a colaborar com a segurança pública, muitas baixas
foram notificadas. O fato mais marcante foi a morte de três rapazes, que por desacato a autoridade foram entregues a traficantes inimigos. Esse episódio nos deixa uma dúvida. Quem são os verdadeiros heróis dessa história? Há muito tempo meninos brincam de policia e ladrão, a diferença é que hoje os homens da lei, não são mais referência para a juventude. O traficante é visto como o “mocinho”, um homem justo que ajuda os moradores e resolve os problemas relacionados à sua comunidade. Porém, esse exemplo de conduta, é capaz de matar e torturar seus semelhantes. E os Militares por sua vez, que deveriam repudiar tal ação, são coniventes, quando não, protagonistas de cenas semelhantes.
A entrada do Exército nas favelas cariocas nos mostra de forma clara que há uma guerra no cartão postal do país. O que ainda turva a visão dos brasileiros é o posicionamento frente aos lados que protagonizam a batalha. A população não sabe se irá torcer pelos meninos pobres que para vencer na vida tiveram que tirar muitas outras vidas. Ou para os outros meninos que venceram na vida, e hoje ganharam o direito de matar.