sábado, 23 de agosto de 2008

Eleições entram em cena!







Em ano de eleições todos os políticos se transformam em bons moços, cidadãos honestos e trabalhadores que assim como os eleitores acreditam em uma sociedade mais justa. Os poderosos candidatos, antes observados apenas por fleches atrás da janela de seus carros importados, agora se comportam como homens do povo, e podem ser vistos em quase todos os lugares. No rádio, na TV, nos jornais, em panfletos, na escola do seu filho, na saída do trabalho, no seu trajeto para casa, e até mesmo no churrasco de final de semana, em fim a cidade transpira propagandas eleitorais. O homem da TV lhe diz para votar certo, ser consciente. Ele afirma que o futuro da cidade está em suas mãos. O que o repórter omiti, no entanto, é que o voto não possui força alguma perante o império burguês que predomina na política. Independente do candidato escolhido ele jamais terá força de impor aos de mais as suas idéias. O homem mais honesto do mundo, uma vez eleito se veria obrigado a navegar pelas águas da corrupção ou da omissão. Pois os poderosos do planalto, não permitem que qualquer lei a qual, tenha por objetivo beneficiar o povo, triunfe perante a elite burguesa.
Cientes do quadro em que se encontra a política atual, os candidatos seguem prometendo mudanças radicais, mesmo tendo consciência que elas são impossíveis. Nossos representantes de esquerda iludem a população ao invés de assumir o seu papel de conscientizar, organizar e unificar os trabalhadores para a única saída possível, ou seja, a queda do sistema capitalista.
Algumas perguntas atormentam o povo como uma abelha, e não são por quatro anos, mas por quatro séculos. Porque a massa produtora não recebe um salário condizente a sua produção, enquanto a parasitária burguesia cada vez se beneficia mais com o dinheiro público? Porque os políticos aceitam dinheiro de grandes empresas para promover suas campanhas, sabendo que essa ação acarretará em aumento de impostos? Porque a mídia insiste em transferir para o povo a responsabilidade pelas atrocidades cometidas pelos seus governantes?



Entre tantos pontos de interrogação nos sobra uma certeza. Democracia política não significa nada, perante a falta de democracia econômica. Abram as cortinas, o farsa das eleições está em cartaz. Os atores já vestiram suas máscaras, e o povo está cumprindo o seu papel, sentado na arquibancada, com a estranha sensação de que já viu esse filme. Apesar de não estar mais gostando de brincar de teatrinho de marionetes, o público permanece assistindo calado ao controle da sua vida. Alguns acham que por cansaço, outros apostam no conformismo. Eu acredito que o aparente marasmo popular é ocasionando pela falta de uma esquerda de verdade, que faça a platéia proletária entrar no palco e mudar o curso da história.

Um comentário:

Marluci Stein disse...

Pois é, Bruna. Mas não é só falta de uma esquerda de verdade, mas tbm de políticos de verdade! Agora, o que falta também são eleitores mais críticos e conscientes dos seus atos. Afinal, o voto é uma arma, mas deve ser usada para o bem! =D
Belo texto!
Beijo!